Medo.
Essa palavra que inunda. A vida, os pensamentos, o léxico. Filho da modernidade líquida, o medo se tornou regente da sociedade, que como diz Zygmunt Bauman em sua obra Tempos Líquidos: “A vida social se altera quando as pessoas vivem atrás de muros, contratam seguranças, dirigem veículos blindados, portam porretes e revólveres e freqüentam aulas de artes marciais.” Essa alteração cria um círculo vicioso, em que o medo se retroalimenta criando mais e mais medo. E medo é o que senti quando migrei para São Paulo. Quanto maior a cidade, maior a insegurança. A insegurança que ganhei graças a transferência da autoconfiança para a necessidade da proteção.
Foram produzidos imagens em vídeo e still que se desdobraram em aplicações:
Vídeo Instalação
O vídeo foi concebido como uma instalação no sentido de recodificar esse sentimento frustrante de segurarmos, confiarmos e alimentarmos aquilo que ironicamente é tão efêmero, num fluxo cíclico infinito que se mantém.
O vídeo "Tenho medo mesmo sem ter nada!" foi selecionado na VII Mostra 3M de Arte e ficou em exposição de 03 de novembro a 03 dezembro de 2017 no Conteiner.art, no Largo do Batata - São Paulo - SP.
Imagens Still - Lambe Lambe
As imagens em still seguiram o caminho das ruas, em formato de lambe-lambe, criando sequências de uma violência/autodefesa que se desmancha, tanto em códigos quanto em materiais.
Trabalho desenvolvido em 2017, durante estudos e pesquisas para a disciplina "Poéticas Líquidas", ministrada pelo Prof. Dr. Hugo Fortes, na ECA-USP.
Agradecimentos: Johnny Brito e Eveline Feitoza.
Agradecimentos: Johnny Brito e Eveline Feitoza.